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Meu nome é Thiago Caro e em Novembro de 2008 decretei uma moratória a mim mesmo.
Morei um tempo bom em Michigan e viajei boa parte dos EUA em treinamento para o trabalho voluntário relacionado a educação que agora faço em Moçambique. Em Fevereiro de 2010 irei de Moçambique a Israel em uma viajem cruzando por terra, em transporte local, Tanzania, Kenya, Ethiopia, Sudão e Egito. Escrevo este blog como maneira de compartilhar minhas experiências e bobagens com todo aquele que ache interessante e fale português.

thiago_caro@hotmail.com

Saturday, March 20, 2010

Mocimboa da Praia, 13.03.2010

O barco saiu de Ibo logo apos o meio dia e segui com mais umas 10 pessoas navegando por 3 horas no Indico turquesa, as aguas rasas do arquipelogo das Quirimbas sao o pedaco de oceano mais lindo que ja vi, durante o tempo no barquinho a vela pude ver muitos corais que dificultam a navegacao, gigantes moluscos que desconheco do tamanho do meu braco, muitas medusas com tentaculos longos daquelas que queimam so de olhar. No caminho uma parada na ilha Matemo, outra do arquipelogo, sem o valor historico de Ibo mas com as praias mais bonitas ja que a agua tinha vida, tudo se mexia, peixes coloridos, polvos, lulas, medusas ... tive vontade de ficar por la mas a certeza de que teria que esperar a mare trazer outro barco para voltar me fez continuar.

Uns 30 minutos depois da saida de Matemo chegamos a Ulumbue, uma pequena baia sem nada parecido com estrutura ou facilidades (vendas, acomodacao, transporte) e percebi que estava fudido. Ao atracarmos peguntei ao capitao, un tanzaniano de barba comprida e chapeu muculmano (aqueles so no cucuruto) aonde seria a acomodacao que havia me dito possivel na baia, onde esperaria o tranporte para Macomia que sairia as 3.00hs e ele me tranquiliza dizendo que seria em sua casa. Descubro que mais dois condenados vao esperar comigo o transporte a Macomia e posteriormente Mocimboa da Praia.

Saimos eu e os dois tanzanianos que seguiriam viagem comigo para andar um pouco e conhecer Ulumbue que na verdade e' uma daquelas comunidades lindas com um estilo de vida mais do que sossegado... casinhas construidas com muita criatividade utilizam a lama do manguezal, bambus e conchas... sim as conchas dos moluscos gigantes misturadas com a lama viram concreto, ou algo parecido. Atravessamos o mangue com lama ate os joelhos e agua ate o peito e chegamos a uma praia linda, cheia daqueles passaros grandes que sao comuns em praias com manguezal por aqui... comuns por aqui pois so' existem aqui, muitos passaros, muito lindo. No fim da tarde voltando para a casa do pescador encontramos muitas meninas pintadas segundo a tradicao Makonde com os rostos completamente brancos, boas fotos.

Ao chegar na casa vejo a esteira que o barqueiro colocou do lado de fora para que dormissemos, bonito, brisa do mar, o contorno de palmeiras e coqueiros muito altos mas a mulher que era cunhada do barqueiro passando mal com malaria me fez pensar nos insetos nao convenientes quando se dorme ao relento. A fome batia e estava desprevenido, so tinha amendoins e alguns enlatados , arroz e macarrao, porem estava sem graca de pedir para cozinhar pois sei que iriam querer fazer tudo para mim... enquanto pensava no que fazer meu amigo tanzaniano sacou uma panela com arroz e peixe e colocou um prato para mim sem que eu dissesse nada, esse tanzaniano se mostrou uma excelente pessoa todo o tempo, me ajudou com muitas coisas, conversamos sobre muitas outras.

Dormi um pouco com certa dificuldade e o chapa que nos levou ate Macomia (Mt 100) passou para nos pegar na casa do barqueiro, por ser o unico chapa do dia e nao possuir muitos clientes e' possivel um luxo como estes, por sermos os primeiros tambem tivemos o beneficio de ir dentro da pick up e nao na cacamba. A estrada para Macomia sofrivel, horrivel, medonha e o motorista muito bom pois a pick up era 4x2. Chegamos a Macomia apos 4hs, pelas 7hs e com muita sorte logo depois passou um caminhao que nos levou ate Mocimboa na cacamba, mais 4hs de viagem. No caminho uma passagem curiosa, em uma paragem policial pedem o meu passaporte e o do tanzaniano gente boa pois ele era mulato (nao pedem documento dos locais)... enquanto os policiais perdem tempo olhando meus vistos no passaporte o outro tanzaniano, que nao era la tao gente boa, desce e finge que vai mijar mas entra no mato e vai correndo para mais a frente, na estrada, eu vendo tudo e o policial, como sempre, de costas para a cena. Depois de 1km o motorista para e o tanzaniano volta a bordo. A viagem ate Mocimboa Mt 130,00

Chegando a Mocimboa meu amigo tanzaniano me acompanha ate a pensao mais barata que ele conhece, muito conveniente por ser ao lado do local onde amanha as 4hs pego um chapa ate o Rio Rovuma onde esta a fronteira com a Tanzania, porem extremamente xexelenta com uma agua marrom no balde de banhar... pelo menos com rede mosqueteira. A pousada chama Magib, Mt 300 e possui um bom prato de lulas grelhadas por apenas Mt 60,00

Como Mocimboa e' apenas uma cidade fronteirica e pouco interessante vou descansar em minha cama xexelenta pois amanha as 4.00 comeco minha viagem ate Mtwara, ja na Tanzania.

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