E ninguém explodiu...

Ola

Depois do encontro de pessoas estranhas na casa do Willian que nos hospedou em Greensboro, com a qual terminei o ultimo post (o dia que na mesma sala, com gente estranha de todo o canto, havia uma israelense e um palestino) ninguém explodiu ! e na manhã seguinte, mais um dia de trabalho em North Carolina. Um bom dia de trabalho.

Estavamos meio cansados pois no dia anterior a conversa foi até bem tarde... fiquei com o James (palestino quase autentico), conversando sobre todo esse conflito pelo qual me interesso e que dura 200.000 anos. Acho que uma convivência pacífica por ali é algo bem difícil de acontecer. Mas o difícil, só é tão difícil por que ainda não se tentou de verdade. Quem sabe em mais 200.000 anos, judeus e arábes palestinos não sejam capazes de uma convivência pacífica em sua terra, assim como naquela casa... mas deixa para lá, estava falando do dia de trabalho

O Joo, o coreano mais figura que já encontrei (ele é bizarro, descobrindo a cultura ocidental parece o Borat!) encontrou um festival hippie que iria acontecer próximo a cidade que estávamos, e pediu para que eu o levasse lá... pensei que fosse algo pequeno... chegando ao lugar, um sítio no meio de um monte de fazendas de búfalos bem afastado de tudo, me surpreendo... estou em Woodstock! Milhares de pessoas no lugar, uma caralhada de barraca de camping... muita dança e world music... parecia uma mega rave dos anos 70... ele colocou sua gravatinha borboleta, pegou meu óculos dos 60 e saiu no meio da rapazeada pedindo doação... ao final de umas 3 horas, conseguiu uns USD 400,00... esse coreano é foda. Não fiquei no festival pois estava trabalhando em outro lugar e tinha que voltar, mas deu uma vontade de ficar por lá...

Mais tarde fui buscar o Joo de volta e para não pagar o estacionamento, parei o carro (aquela van gigante) num lugar que me parecia seguro... até o momento que percebi estar atolado em um lamaçal... hippie - lamaçal... como não pensei nisso. E agora como tiro essa porra daqui? Um doido da ''administração'' do festival que por lá passava... ou pelo menos seu corpo, por que o rapaz estava doidasso, parou para me ajudar... fudeu! não sai de jeito nenhum... então ele me diz: espera que já volto com a solução... espero... espero... espero... depois de um tempo vejo um trator vindo cambaleando lá no fim da estrada, com o sol se pondo ao fundo... o trator se aproxima e o doidão está nele... mais uma vez penso ''essa vida é um quadro de Dalí'' ... como Dalí é um dos meus preferidos, gosto de tudo isso, e com a ajuda do doidão no trator, desatolamos a Van do lamaçal... beleza.

Passando por tudo isso, nada melhor do que na sequência, 8 horas de viajem na estrada... e após essas oito horas, cá estamos nós em Atlanta, no estado da Georgia. No caminho paro em Arden para pegar Rodrigo e Nam que lá estavam, parecendo dois mendigos (foda, ficaram sem carro, andaram pra caralho) aliás essa cidade de Arden assim como todas as que passei em North Carolina, é linda... Aqui em Atlanta estamos em uma acomodação que o Joo arrumou, conversando com umas igrejas coreanas por aqui... um senhor que frequenta a igreja coreana se voluntariou a hospedar os voluntários... não imaginava o que seria essa casa. Chegando aqui lá pela 1:00 da manhã, me surpreendi com o tamanho das casas... tipo as de Alphaville. Entrando na casa do sr. de nome impronunciável, me surpreendi mais ainda... pronto, agora minha hospedagem é um castelo... estamos em quartos separados, com confortáveis e felpudas camas prontas, uma coisa fina... o café da manhã então... vizi, coisa de loco, brioches croissants, abajours, depardieus e tudo mais... estou me sentindo um voluntario de luxo. Hoje os coreanos do grupo foram para a comunidade local (coreana) e voltaram dos lugares visitados com uma quantidade exorbitante de dinheiro... meu orgulho esses meninos!

E é isso aí, cá estamos, muito bem, num palacete em Atlanta, pedindo dinheiro mas com muita alegria. Hoje consegui mais uma vez doação de almoço num restaurante mexicano de primeira... eu amo os mexicanos, ô povo gente boa... hoje fui num mercado de pulgas (tipo feira do rolo) aqui em Atlanta, e vi uma camisa da seleção mexicana por USD 10.00, amanhã vou buscar.

Um abraço